Não pela diversão de beber como antigamente.
É beber pela fuga.
Sentar-me num sofá com um livro ao colo, beber devagar.
E com uma vareta onírica superior, diluir esse acto de estar fisicamente quieto, num cortejo fanfarrão que avança sonoro e vistoso, pela única rua do mundo: a do meu destino de ferro.
Transcender o apagamento do sofá de veludo e sentir a dureza daquele chão irreal por onde a marcha avança, com a banda lá atrás soltando ecos, e à frente, um resquício de eu, prostrado, oferecendo flores ao Ego Imperador.
R Marcial P
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